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Novembro Azul:a importância do diagnóstico e a dissolução de preconceitos

Cuidar da saúde também “é coisa de homem”

Um duplo desafio ronda a saúde dos homens: além de frequentar o consultório médico menos que as mulheres para os cuidados de rotina, eles ainda resistem em fazer os exames para detecção precoce do câncer de próstata. Entre outros fatores, esse comportamento pode estar relacionado a aspectos sociais, como a crença de que os homens são mais fortes e não adoecem com facilidade, e ao medo, preconceito e falta de informação em relação ao exame de toque retal, importante método para o rastreamento do câncer de próstata.

Quebrar tabus é fundamental para ajudar a reverter o atual cenário da doença, que provoca a morte de cerca de 15 mil homens por ano no Brasil, de acordo com dados do INCA. Isso significa que a cada 8 minutos um homem é diagnosticado com câncer de próstata no país.  Muitas dessas vidas provavelmente teriam sido salvas com o diagnóstico precoce, foco central das campanhas do Novembro Azul, que visa conscientizar os homens e estimulá-los a se cuidarem, pois o câncer de próstata pode ser curável quando descoberto nas fases iniciais.

O médico urologista Dr. Tenente Cel Marcelo Carneiro explica que mesmo com a evolução dos cuidados e atenção do homem a saúde, ainda existem tabus. “De modo geral, os homens procuram menos por cuidados médicos do que as mulheres, que vão ao ginecologista com mais frequência. Uma das causas desse fenômeno pode estar relacionada a aspectos culturais, como a crença de que os homens são mais fortes e não adoecem com facilidade. A desorganização e o desleixo também são fatores, pois as tarefas do dia a dia fazem com que a saúde não seja priorizada. Também existe o medo e o preconceito em relação a consulta com urologista e o exame de toque retal. O exame precisa ser considerado como algo importante e necessário, para que mais vidas sejam salvas”.

O urologista também detalha como funciona o diagnóstico e a importância do tratamento preventivo, “quando diagnosticado no início, maiores as chances do tratamento ser efetivo. O método de tratamento mais comum é o exame de toque retal, um procedimento rápido que permite identificar possíveis alterações na próstata. O médico também pode solicitar o exame de sangue para avaliar os níveis de PSA (antígeno prostático específico). O PSA e o exame do toque são considerados complementares. A confirmação do câncer, porém, só virá com a realização de biópsia, ou seja, a extração de uma amostra de tecido da próstata para ser analisada em laboratório. Há diferentes tipos de câncer de próstata, dos menos aos mais agressivos, com diferentes períodos de crescimento e desenvolvimento. Todos necessitam de cuidados. Outro tabu associado ao câncer de próstata é o temor que alguns homens têm de que os tratamentos irão causar sequelas como impotência sexual ou incontinência urinária. Os tratamentos vêm evoluindo cada vez mais, buscando o melhor desfecho clínico com o mínimo de sequelas, propiciando qualidade de vida aos pacientes”.

Quais são as formas de tratar o câncer de próstata?

O tratamento varia de acordo com o estágio, o tipo de câncer e sua agressividade:

  • Acompanhamento e observação: no caso dos cânceres em estágios muito iniciais e baixa agressividade
  • Radioterapia:
  • Quimioterapia
  • Cirurgia para remoção da próstata: pode ser recomendada, utilizando modernas técnicas cirúrgicas. técnicas (robótica ou laparoscópica), mostram cada vez mais efetivas e seguras e com menos sequelas.

 

Tem como prevenir o câncer de próstata?

Antes de tudo, é bom ter em mente, que, em sua grande maioria, os casos de câncer estão relacionados a fatores de risco não modificáveis. Na prática, isso significa que não existem medidas preventivas específicas para o câncer de próstata.

Porém, não quer dizer que não possamos adotar uma postura de prevenção. Assim, mudar hábitos de vida, manter visitas regulares ao urologista e realizar exames de rastreamento, são atitudes que ajudam no diagnóstico precoce da doença. Com isso, é possível combater o tumor antes mesmo do surgimento dos sintomas.

Fonte: Giulia Galvão

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