O Dia Nacional de Conscientização e Incentivo ao Diagnóstico Precoce do Retinoblastoma, comemorado no dia 18 de setembro, tem o objetivo de alertar a sociedade sobre a importância da detecção precoce da doença, fator indispensável para garantir bons resultados no tratamento.
O retinoblastoma é um tumor maligno raro originário das células da retina, que é a parte do olho responsável pela visão – afetando um ou ambos os olhos. É o tumor primário mais comum no olho de crianças e tende a ocorrer no início da infância ou em lactentes e pode estar presente ao nascimento.
Sintomas
O principal sintoma, presente em 90% dos casos diagnosticados, é a presença de uma mancha branca na pupila, conhecido como ‘sinal do olho de gato’. Essa mancha indica que uma fonte luminosa está incidindo sobre a superfície do tumor e impede a passagem de luz. Sem a passagem de luz, as vias ópticas para o centro da visão, no cérebro, não se desenvolvem e atrofiam. Esse reflexo branco, muitas vezes, só é notado sob luz artificial, quando a pupila está dilatada, ou em fotos, quando o flash bate sobre os olhos. Em olhos saudáveis, esse reflexo é sempre vermelho. Outros sintomas que podem aparecer são estrabismo, vermelhidão, deformação do globo ocular, baixa visão, conjuntivite, inflamações, dor ocular.
Apesar de o principal sintoma ser o ‘sinal do olho de gato’, o seu aparecimento significa que a doença já está em estágio avançado. Antes disso, a criança pode apresentar sintomas como sensibilidade à luz ou estrabismo. Por isso, é extremamente importante que, ao perceberem qualquer anormalidade nos olhos do filho, os pais procurem um médico o quanto antes. O diagnóstico precoce possibilita o tratamento adequado e aumenta as possibilidades de preservar a visão e a vida da criança acometida pela doença.
Diagnóstico
O diagnóstico precoce do retinoblastoma é pré-requisito para o sucesso do tratamento. Ele pode ser realizado pelo neonatologista ainda na maternidade, ou nos exames de rotina pelo oftalmologista nos primeiros anos de vida da criança, utilizando o Teste do Reflexo Vermelho. O levantamento do histórico familiar, o exame de fundo do olho e o ultrassom fornecem elementos importantes para confirmar o diagnóstico.
O teste do olhinho deve ser realizado logo após o nascimento do bebê e periodicamente até os cinco anos, faixa etária mais atingida pela doença. O teste é simples e pode detectar qualquer alteração visual, levantando a suspeita da existência de um tumor, que pode ser confirmado pelo exame de fundo de olho. Além do retinoblastoma, o exame pode detectar outras doenças, como catarata e glaucoma congênito, cuja identificação precoce possibilita o tratamento no tempo adequado.
Procure saber se seu filho passou por uma avaliação oftalmológica que inclui o Teste do Olho Vermelho na maternidade. Se não passou, procure um oftalmologista para realizá-la, quando ele ainda é um bebê. Verifique se há outros casos de retinoblastoma na família. Se houver, vale a pena consultar um especialista em doenças genéticas hereditárias sobre a possibilidade de o retinoblastoma afetar outros membros da família.
Tratamento do retinoblastoma
As terapias usadas para tratar o retinoblastoma dependem de o tumor afetar um olho (unilateral) ou ambos os olhos (bilateral), da extensão da doença dentro do olho e se o tumor se espalhou para outros lugares dentro e ao redor do olho. Os médicos também considerarão outros fatores, incluindo:
- Idade da criança
- Fatores genéticos (retinoblastoma hereditário ou não hereditário)
- Se o centro da visão estiver afetado pelo tumor
- Se o tumor se separou no vítreo (sementes vítreas)
- Presença de vários tumores
Cirurgia, terapia focal, quimioterapia e/ou radioterapia são usadas para tratar o retinoblastoma. Geralmente, uma combinação de tratamentos é usada. Antes de iniciar a terapia, o plano de tratamento deve ser discutido com o paciente e a família em detalhes para descrever os riscos e benefícios, tanto a curto quanto a longo prazo.
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